quarta-feira, 31 de maio de 2017

O legado de Kid Vinil


Quando um artista morre é comum a comoção dos fãs (ou não) na internet. Fica a impressão que repentinamente, todo mundo virou fã do falecido. Mas, não foi o caso de Kid Vinil. O artista morreu aos 62 anos, no dia 19 de maio, depois de passar mal e sofrer uma parada cardíaca num show em Minas Gerais e ser internado num hospital em São Paulo.
Kid Vinil realmente era muito querido no meio musical brasileiro. Tanto pelo seu trabalho nas bandas - Verminose, Magazine, Os Heróis do Brasil , Kid Vinil Xperience - ou como DJ. Além de apresentador de programas televisivos e radiofônicos. E. claro, como colecionador de discos.

O sucesso e destaque são explicados pelo perfil que Kid Vinil tinha em formar público. Ou seja, de apresentar coisas para as pessoas sem se preocupar se eram populares, sucesso ou não. E isso tinha identificação com muita gente no meio musical.
Conheci o Kid Vinil numa feira de discos (foto) na Vila Madalena, em São Paulo, em 2011. O papo fluiu bem justamente pela semelhança no tipo de trabalho que fizemos na loja O Porão e fazemos no Projeto Zombilly. Seja no programa Zombilly no Radio, na produção de shows independentes, no Clube do Vinil de Maringá. O underground fica (muito) acima do mainstream, numa tentativa de mostrar algo bacana para melhorar a vida das pessoas.
Assim o trabalho e história de Antônio Carlos Senefonte fica para a história como um exemplo de vida, sem espaço para o egocentrismo e a ganância .

Texto e Foto: Andye Iore

terça-feira, 30 de maio de 2017

Evento cultural gratuito reúne colecionadores em Londrina


Será realizada no próximo sábado (3) a segunda edição da Feira de Discos Mi Casa, em Londrina. O evento acontece na rua Paraíba, 191 (próximo ao terminal de ônibus), entre 12h e 20h, com entrada gratuita. Além dos discos de vinil, também haverá bazar cultural com acessórios, fitas K7, bottons, entre outros.

A gastronomia fica por conta do Bat´s Burguer, Kombi de Açúcar e chopp artesanal Lagger Better e Pale Ale Birra Morcelli. Como se já não tivesse atrações bacanas, ainda vai rolar show gratuito com a banda de surf music Bufalos d´Água (imagem à direita). A banda foi formada em 1997 e é uma das mais antigas em atividade em Londrina. O som tem influência de surf clássica com punk rock e eles preparam a gravação de um disco novo esse ano. 
Isso tudo num espaço cultural da Mi Casa que é um mix de barbearia com estúdio de tatuagem. Certeza de uma tarde bacana e muito divertida!

BOLACHÕES - O destaque do evento é o acervo de discos de vinil com colecionadores de Londrina e Maringá que participam de feiras de discos em São Paulo e Curitiba e também compram e trocam discos.
Há discos raros usados e novos de gravadoras independentes, dando uma ampla opção ao público, como MPB, rock, reggae, eletrônico, heavy metal, punk, RAP, entre outros. 
Texto e foto da banda: Andye Iore

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Omisso tem acervo especializado em hard e heavy

Um dos destaques das feiras do Clube do Vinil de Maringá é o acervo da Omisso Records. Além de ter os tradicionais discos usados com preços acessíveis, há diversos títulos em edições raras e especiais de hard rock e heavy metal. Incluindo edições limitadas, com efeitos holográficos, boxes, vinis coloridos, pictures e até edições russas com os nomes das músicas escritos em russo. Títulos que não tem nem em feiras maiores de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. “Conforme fui ampliando a coleção, aparecia um ou outro LP repetido”, conta Leandro “CDX” Morais (foto à direita), sobre como começou a negociar discos por volta de 2001. “Eu arrematava lotes em leilão apenas por causa de uns discos, sendo que os outros não me interessavam. Então comecei a trocar e vender”.

Ele é fã de Iron Maiden, Deep Purple, DIO e Rainbow. Entre as raridades da coleção destaca o “Soundhouse Tapes”, do Iron Maiden. É um compacto com três músicas gravado amadoramente em 1979, que foi o primeiro registro da banda e era vendido nos shows no começo. Um título bem difícil de achar hoje.

Leandro “CDX” é daqueles que curtem o ritual do vinil e tem outros produtos antigos como aparelhos e até um Ford Maverick 1975 na garagem. “Tenho aquela sensação que antigamente as coisas eram de melhor qualidade”, justifica o hábito. “Sou um grande fã de rock. E o rock tem uma cumplicidade com o vinil”.
Para o colecionador, o ritual de ouvir um vinil é muito mais legal que ouvir um CD. “Ver o disco rodando, ver os encartes em tamanho grande, com fotos, letras... é uma experiência que vai muito além de apenas ´ouvir´ a música”.

CURIOSO - Entre as curiosidades como colecionador, ele conta sobre o disco “Fallen from grace”, da banda de heavy metal Arcana XXII., da Namíbia. A capa tem uma foto pornográfica que ele caracteriza como “constrangedora”. Por isso, acaba deixando a capa coberta no meio da coleção para não constranger as visitas em casa.


- Confira o site da Omisso Records .
- no Facebook: @Omisso.Records

Texto e fotos: Andye Iore

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Londres realiza festival sobre discos de vinil


Será realizado em Londres, na Inglaterra, nos dias 23 e 24 de setembro, o Vinyl Festival. O evento será no espaço cultural Printworks London e reunirá DJs, selos, gravadoras, lojas, empresários, entre outros da cadeia produtiva do disco de vinil.
A ideia dos organizadores é fazer uma grande feira sobre vinil englobando toda a indústria fonográfica, aproveitando o crescimento do mercado no país. Além da parte comercial o festival terá também palestras sobre o vinil.

Texto: Andye Iore com informações traduzidas do What Hi-Fi?

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Cervejaria oferece opção cultural gratuita


Foi realizada no começo de abril a quarta edição do Bazar Cervejeiro na sede da Cervejaria Araucária, em Maringá. O evento gratuito foi uma parceria entre a cervejaria, o Clube do Vinil de Maringá, o Projeto Zombilly, o festival Paraíso do Rock, escola de música Fabio Alencar e o Alvim´s Burg. A atração musical da vez foi a banda de surf music Maníaticos do Reverb, de Londrina.
O Bazar Cervejeiro reuniu um bom público com opções variadas, indo desde as premiadas cervejas da Araucária, os lanches saborosos e com preços justos do Alvim´s Burg, o acervo variados de discos de vinil e um show bacana com entrada grátis, mostrando que os organizadores tem um perfil cultural e não somente comercial.


Fotos: Andye Iore

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Colecionadores de vinil se reúnem em shopping


A 22a Feira do Clube do Vinil de Maringá (CVM) será realizada no Shopping Cidade Maringá (avenida Tuiuti, 710) no dia 13 de maio (sábado), entre 10h e 19h. O evento reúne colecionadores de discos de vinil da região maringaense. É a primeira vez esse ano que o CVM faz evento no shopping maringaense, tendo realizado a feira anterior no local em dezembro do ano passado.
Os expositores CVM já renovaram os acervos com raridades em discos usados, discos novos importados e de gravadoras independentes brasileiras e promoções variadas. Vale ressaltar que na feira de discos anterior tinha discos em promoção a partir de R$ 5. Há divulgação de alguns desses discos no evento no Facebook.
Também há acessórios como plásticos internos e externos, agulhas, limpa-disco, bottons, entre outros. Os expositores aceitam pagamento com cartão e alguns compram e trocam discos usados.
A parte artística dessa edição será exposição de quadros com Frank Paris e exposição fotográfica "Maringá Histórica - 70 anos".

CONFORTO - O Shopping Cidade Maringá tem boas opções para a família passar o dia com lazer e conforto. Como o supermercado Big, as Lojas Americanas, ampla praça de alimentação, lojas com mix variado de produtos, ar condicionado, estacionamento coberto, segurança e eventos paralelos além da feira de discos que sempre tem ótimo público no shopping. No sábado do evento terá exposição artística, feira de animais (a partir das 13h) e show musical na praça de alimentação no final da tarde.


ACERVO AMPLIADO
Um dos expositores da feira do CVM é a Ruffians Records (imagem à direita) que ampliou o acervo e terá discos a partir de R$ 5. “Hoje temos o dobro de discos que tínhamos quando começamos a participar do Clube do Vinil de Maringá”, comenta o colecionador e fã dos Smiths Edson de Freitas, 41 anos e que coleciona desde 1991.
O acervo da Ruffians Records (nome inspirado numa música do disco “Meat is murder” dos Smiths) é variado indo desde MPB até rock. Mas o destaque são discos de música eletrônica underground – do trip hop ao deep house - que não tem nenhum outro vendedor na região maringaense. Material graças à experiência de Freitas como DJ em São Paulo, antes de mudar para Marialva no ano passado.


NOVIDADES - Os expositores têm discos usados em promoção a partir de R$ 5. E também acervo com lançamentos nacionais e estrangeiros com preços variados, como:
- Siba - "Siba" - reprensagem gringa com vinil vermelho do disco que estava fora de catálogo, do musico que tocou com Mestre Ambrósio
- Metallica - "Hardwired" - disco novo da banda de heavy metal
- Jesus & Mary Chain - "Damage & joy" - disco novo em edição especial em vinil duplo 180 gramas
- The Mist - "Phantasmagoria" - reedição do disco lançado em 1989 da banda mineira de thrash metal. Agora em vinil azul numa edição norteamericana.
- Offspring - "Offspring" - reedição especial para o Record Store Day 2017
- Black Sabbath – “Ultimate collection” – coletânea quadrupla lançada no final do ano passado
- Autoramas - "Jet to the jungle" - compacto 7" com músicas novas da banda carioca em edição limitada de 300 cópias
- David Bowie – “Legacy” – coletânea dupla lançada no final do ano passado


quarta-feira, 3 de maio de 2017

Uma divertida relação entre disco e futebol



Uma das passagens mais bacanas da música brasileira está na história do grupo Novos Baianos. Eles mudaram de Salvador para o Rio de Janeiro e depois de passarem perrengues num apartamento decidiram colocar em prática um sonho comum: formar uma comunidade num sitio. Alugaram uma propriedade na zona rural fluminense e passaram a se dedicar totalmente à música... quase totalmente.

Isso porque outra atividade comum entre eles era o futebol. E eles até fizeram um campo para jogar no sitio. O fanatismo era tão grande - dividindo torcidas entre Vitória, Bahia, Flamengo, Fluminense, Botafogo e Vasco - que o Novos Baianos FC era contratado para jogar em outras cidades e não fazer show!

O fanatismo ficou mais explicito ainda quando eles assinaram contrato prum disco na Som Livre e ganharam uma grana muito boa. Tipo o dobro do que custava o sitio onde eles moravam a pagavam aluguel. Mas ninguém teve a ideia de comprar a propriedade. E sim foram em comum acordo pruma loja de equipamentos esportivos e gastaram toda a grana em uniformes, chuteiras, bolas, entre outros materiais futebolísticos.

Essa passagem curiosa está no documentário "Os filhos de João", que mostra a influência de João Gilberto na história do Novos Baianos, entre o final da década de 1960 e meados de 1970. O filme foi lançado em 2009, tem 1h14 de duração e direção de Henrique Dantas.

O Novos Baianos teve na formação Moraes Moreira, Pepeu Gomes, Baby Consuelo, Paulinho Boca de Cantor, Luiz Galvão, Dadi, Jorginho, entre outros que misturaram música brasileira com rock. Veja acima o trailer de "Os filhos de João". 
Texto: Andye Iore